terça-feira, 24 de março de 2009
A tribo Apinajé
Os primeiros “civilizados” a alcançar o território ocupado pelos Apinajé foram jesuítas que, entre 1633 e 1658, empreenderam quatro entradas Tocantins acima, a fim de “descerem” índios para as aldeias do Pará. À medida que os caminhos pelos rios Araguaia e Tocantins foram sendo abertos, os contatos com os grupos indígenas que habitavam esta região foram-se tornando mais constantes e as referências aos Apinajé cada vez mais precisas.Os rios Araguaia e Tocantins tiveram várias expedições coloniais a percorrer suas águas no primeiro quartel do século XVIII, vindas não apenas do sul, mas também do Maranhão e Pará, que disputavam a posse da rica região aurífera recentemente descoberta pelos bandeirantes de São Paulo no sul de Goiás. Até o final do século XVIII os Apinajé entraram diversas vezes em contato hostil com os “civilizados”, empreendendo “correrias” pelo Tocantins para apoderarem-se de ferramentas.Em conseqüência dessas correrias foi fundado, em 1780, o posto militar de Alcobaça, que apesar de suas seis peças de artilharia foi abandonado devido as incursões dos Apinajé. E, em 1791, foi fundado outro posto militar no rio Arapary. Em 1797 foi fundado o posto São João das Duas Barras, atual São João do Araguaia. Esse fato marcou a entrada dos Apinajé em contato permanente com a sociedade nacional.Entretanto, as relações entre a guarnição do posto e os índios continuaram conflituosas. Em 1810 foi fundada, por um comerciante, a localidade de São Pedro de Alcântara. Estabelecendo relações amistosas com os vizinhos Krahô, os Apinajé utilizaram-se deles para atacar outros grupos indígenas. Em 1826, foi fundado no próprio território então ocupado pelos Apinajé o primeiro povoado, Santo Antônio, logo abaixo da cachoeira das Três Barras. Possuíam então os Apinajé cinco aldeias. Em 1816 este vilarejo foi incorporado ao arraial de São Pedro de Alcântara, formando então a cidade de Carolina, na margem maranhense do Tocantins.Em 1824, o arraial de Carolina contava com uma população de 81 “brancos” e cerca de 120 a 150 Apinajé. Neste mesmo ano, Cunha Mattos, localizou os Apinajé em quatro aldeias com uma população aproximada de 4.200 índios. Em 1831 seria fundada Boa Vista, que se tornaria a atual Tocantinópolis, reunindo uma pequena população nordestina, provavelmente constituída por elementos refugiados dos freqüentes conflitos entre chefes políticos nordestinos.Em 1840, é fundada por Frei Vito uma missão em uma das aldeias Apinajé, estendendo sua influência a outras três, atingindo um total de cerca de três mil índios. A tradição oral do Apinajé não guarda lembrança deste aldeamento, fazendo menção à fundação de Boa Vista apenas a partir da chegada de Frei Gil Vilanova, em finais do século XIX. Em 1850, já navegavam pelo Tocantins de maneira regular 31 embarcações comerciais, empregando quase 500 pessoas, ao passo que a navegação no Araguaia continuava fortemente dependente de auxílio governamental. Mas ainda na segunda metade do século XIX a população Apinajé era numericamente expressiva, sendo revelada pelos vários relatórios oficiais de negócios da Província de então. Em 1851, o aldeamento de Bôa Vista era calculado como tendo 2.822 índios. Em 1877, novo relatório provincial informava uma população de 1.564 Apinajé, justificando o decréscimo populacional em razão de uma epidemia de sarampo
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